03/02/2007

Aborto, Sim ou Não ?

Alguém disse:"A nossa liberdade acaba onde começa a liberdade do outro." Ao interrompermos a gravidez estamos a interferir no direito à liberdade. É um ser vivo com tanto direito à vida como a pessoa que lhe o está a negar.

Perante esta análise estou do lado do NÃO, mas há sempre o outro lado da questão. Será que ao nascer as condições de vida vão ser favoráveis? Se não forem, vamos ter um caso de uma criança que passa fome, não tem condições para frequentar a escola e mais cedo ou mais tarde acaba por entrar para as estatísticas do crime.

Custa que quem paga não é o útero irresponsável mas sim o feto inocente.

O aborto levamos-nos a outro assunto, a gravidez podia ter sido evitada com os adequados métodos contraceptivos?

O aborto é um tema verdadeiramente complicado e sinceramente penso que não estamos preparados para lidar com ele. Quando temos jovens que nem sequer coragem têm para enfrentar o farmacêutico e pedir uma caixa de preservativos não pode haver mentalidade para o debate de um assunto desta magnitude. Pensando bem nos estamos a negar o direito á vida a um ser vivo. Porque não pegar no dinheiro gasto no referendo e formar verdadeiramente os jovens e adultos para uma sexualidade responsável.

São tantos os lados nesta questão que se for a debate-los todos não chego a um consenso tão cedo.

Por isso cá vai:

NÃO, não sou a favor do aborto para quem o faz porque simplesmente quer, porque acha que fica mal ao serem solteiros ou porque acham que ainda não viveram o suficiente e um filho os ia prender.

SIM, sou a favor do aborto para quem não tem as condições para trazer um filho ao mundo, mais um para a desgraça? Não, obrigado. Para quê criar uma bola de neve, todos sabemos que desgraça gera desgraça.

Apesar de agora dar duas respostas no dia do referendo a minha era o SIM, quem está contra o aborto continua contra, e as pessoas a favor independentemente do referendo vão continuar a realizar o aborto, só que com o SIM vai ser disponibilizado condições, médicos especializados e médicos para aconselhamento e planeamento familiar evitando outros casos.

Só espero que com o SIM as pessoas não aproveitem a legalizaçao para facilitar.

11 comments:

Anonymous said...

Entao e assim... eu sou sim... não acho justo ser o governo a decidir se tenhu um filho ou não... para um homem estas questões normalmente são mais faceis... eu como mulher não acho justo parar numa cela, quando decido que não quero ter um filho! Muito menos que morram mulheres em vãos de escada que são pudicos, mas cobram fortunas por um clandestino...
Não aceito que se faça a instituiçoes de saude... mas tambem não aceito que me neguem a liberdade, por escolher o que é melhor para a minha vida.
beijinhu do pais de terceiro mundo
(dcp a agressividade eu hoje tou mal-humurada =)

mfranco said...

bem este texto dá mesmo muito para argumentar, ja tenho abordado o assunto contigo, e com os outros, mas porque voces vem sempre com as desculpas que o miguel é de esquerda, nunca dá para aprofundar o assunto... vou tentar um pouquinho, e desde já agradeço a patricinha, que com tanta agressividade, conseguiu tocar em 2 pontos fulcrais desta discussao e deste referendo:

1- A lei, a que temos? como funciona? e o que queremos dela?
-Temos uma lei que pune com 3 anos de cadeia a mulher que realiza um aborto
- Funciona com escutas, investigaçoes, invasões da vida privada e muita vezes intima, de quem teve de tomar essa decisão, muito dificil de fazer um aborto... e depois disso recebe da sociedade, a suspeita, a etiqueta de assassina, a investigação, a humilhação, o tribunal, a cadeira dos réus, o dedo apontado e no fim, a cadeia muitas vezes... apesar de se pensar que nunca ninguem foi condenada ou julgada, foi, e os numeros mostram
- O que queremos de uma lei? isso será sempre pessoal, mas para começar pelo lado humano, será justo mandar para a cadeia, investigar, humilhar e punir uma mulher que decidiu, na sua intimidade, porque conhece a sua vida e viu ser essa a melhor opçao, abortar... eu não quero
Será que vamos continuar a cohabitar com a hipocrisia, de ser crime, mas saber onde se faz, e onde quem é rico, vem a londres ou vai a espanha, e quem é pobre, vai a uma casa escura, a um vão de escada, e em vez de apoio medico, psicologico e boas condições, recebe a faca, os medicamentos infectados e muitas vezes um bilhete para o hospital ou pior...
eu não quero!
Quero uma lei que compreenda, que assista e que ajude, não é facil tomar a decisão, haverá sempre muito sofrimento, então a sociedade e o estado que ajude, que apoio e que facilite... aliviando um pouquito do sofrimento

2- o porque dos espaços publicos? simples, porque tem de ser ai, senão continuará quase tudo na mesma. passa a ser legal, mas quem tem dinheiro vai à clinica privada, quem não tem que faça na casa escura e no vão de escada, e depois vem o bilhete pro hospital... ou pior...
Terá sempre de ser em hospitais, porque é la que ha condições, medicos, equipamentos e preparados para receber emergencias, para alem disso tornará mais facil articular com apoio psicologico, politicas de planeamento familiar, etc.

2- A facilidade e o facilitar, caro amigo Diogo, não é assim, talvez nestes 18 anos tenhas vivido ainda pouco, convivido pouco com outras realidades, será normal, ainda agora nasceste e tens muita coisa p+ra viver ainda. tu conheces-me e conheces que eu não sou radical porque é fixe, falo o que sinto, e sinto porque o vivo, porque vou procurar conhecer, nunca é facil, nem nunca um aborto será uma ida ao cinema, ainda ha pouco tive de ajudar alguem proximo que teve de tomar essa decisão, eu escutei-a, conversei, ajudei-a na confiança para decidir, mas nunca disse sim ou não, isso teria de ser ela... ela chorou quando me disse sim, pediu-me contactos de espanha e assim o fiz, arranjei-os, ela pediu anestesia geral, não queria lembrar-se de nada... no dia seguinte liguei-lhe e ela apenas chorou... e tenho a certeza, que não irá repeti-lo

Numa coisa concordo contigo diogo,a sociedade não está preparada para o debate, mas tem de reagir às realidades, alguns sectores do Não, e também do Sim, têm dito coisas absurdas, estragando o debate e não clarificando as questões, mas é isto que escrevi em cima que está a ser referendado... o crime ou o direito à maternidade e paternidade responsavel, a obrigação de ter filhos ou o direito e escolher quando, o dedo apontado ou uma criança que nasce abraçada de amor porque a mãe e esperemos que o pai também, a querem e querem trata-la bem

DIA 11, estarei em Portugal, para votar SIM

Carpe Diem said...

Fala-se muito nos direitos da mulher. Em vesperas de referendo ao aborto eu pergunto que direitos é que a mulher tem, quando um bando de homens decidem por elas. É muito curioso ouvirmos a opinião daqueles que nada sabem nem sentem sobre a decisão da mulher em abortar. Grande parte deles são homens da sociedade que defendem o não ao aborto e a condenação da mulher que o pratique. Que raio de machismo é esse que vos permite falar sobre um assunto do qual vos passa ao lado? Quantos pagaram abortos clandestinos fruto de relações menos próprias? Quantos profissionais da saúde encheram os bolsos com abortos clandestinos e, supostamente, condenam esta prática?
A nossa sociedade vive de aparências, gerando muita hipocrisia em redor de assuntos como este.
Eu sou mulher, nunca recorri ao aborto e acho que não o conseguia fazer, mas não condeno quem o faça. Não acredito que a liberalização do aborto vá permitir que qualquer mulher, a qualquer hora, o pratique. Sei de quem já o fez e não é como beber um copo de água. São decisões dificeis de tomar e muitas vezes dão lugar ao arrependimento.
Pior do que um aborto feito por uma mulher com uma vida dificil, é vermos todos os dias casos de crianças abusadas de todas as formas pelos próprios pais e que a justiça permite que continue a acontecer. Muitas crianças acabam mortas e ninguém vem para a rua defendê-las e pedir "mão justa" na aplicação de pena sobre estes monstros.
O próprio governo devia criar condições para que todos os cidadãos pudessem optar por ter filhos sem terem que pensar em aborto. E não estou a falar em subsidios, mas sim em permitir que todos tivessem direito a educação, saúde, habitação dignas de seres humanos. Vive muita gente neste nosso Portugal que não tem qualquer meio de subsistência, enquanto outros exibem vergonhosamente a condição social em que vivem.
Por tudo isso, em 11 de Fevereiro vou votar SIM!

MytyMyky said...

hey Diogo, antes de mais quero deixar um obrigado por linkares ao meu blog. :D

Anyway, tenho de alguma forma evitado um pouco a cena do debate do aborto. Alias só tenho falado um pouco com alguns amigos sobre o assunto.. conversa de café muito leve. Independentemente disso a minha opinião continua pelo Não.

Concordo com a despenalização da mulher, e sinceramente acredito que não era preciso andar a gastar dinheiro para o referendo e campanhas. é Uma questão legal, e acredito que a AR poderia altera-la de forma unanime (e penso q é geral esta questão) pela despenalização da mulher.

Agora não posso concordar com a liberalização. Talvez seja uma questão de valores próprios pró-vida? Concordo com a vida, e que deve ser mantida. Creio que o estado em vez de tentar seguir por uma via facilitada de eliminação de vida "á escolha do freguês", deveria apostar em formas de prevenção e de apoio.

Creio que a sociedade actual, por razões que desconheço, tem as crianças como um género de "mal". São chatos, rabugentos e dão trabalho... são incómodos e atrapalham por assim dizer. (Não é geral, mas há tanta gente assim). Talvez seja a exigência , especialmente a nível profissional que a sociedade impõe, e as questões financeiras também, que levam muitos a pensar assim. Creio que a sociedade tem de aprender a ultrapassar isso, de mudar um bocado a visão e os valores a esse nível, e aprender a aceitar as crianças, não como algo problemático, mas sim como algo q nos valoriza pessoalmente.

E quando é alguém que realmente está em dificuldades, é obrigação do estado e da sociedade (o estado n pode ser responsabilizado por tudo, a sociedade tem também responsabilidade) apoiar essas pessoas, e contribuir para que a criança não viva desgraçadamente, como toda a gente diz que vai viver, mas sim fazer por inverter a situação - para a mulher viver melhor, para a criança ter a educação justa e merecida, e para que a aquela criança possa ter um futuro de qualidade.

Creio que com a liberalização do aborto, o acto clandestino nunca irá acabar. Apesar de poder a ver condições nos hospitais, muitas mulhers e/ou companheiros sentirão necessidade de esconder o sucedido, de o manter em segredo, e irão procurar o acto clandestino na mesma.

Outra situação que ainda não entendi é porque é q não está à discussão a condenação das pessoas que praticam clandestinamente o aborto. Não estou a falar da mulheres q procuram o serviço, mas sim as parteiras e médicos que clandestinamente praticam o acto de forma negligente. Já vi nos jornais casos de mulheres em tribunal, mas nunca vi um caso de um medico ou parteira q desenvolve o acto... E não é do conhecimento mais ou menos publico quem o faz? Será q a lei protege essas pessoas? E se fosse legal o aborto, será q a lei iria continuar a protegê-los? (não tenho conhecimento concreto sobre este assunto, daí as questões e duvidas - talvez alguém q saiba possa responder e agradecia).

Outra coisa q me incomoda com o referendo é q supostamente trata-se de uma questão pessoal e de consciência, mas no entanto tens uma coisa chamada campanha... afinal pretende-se informar as pessoas correctamente e objectivamente para os informar e permitirem tomar uma decisão pessoal, ou procurar influência-los com a decisão do grupo religioso ou do partido de q são adeptos? Aposto que no dia a seguir ao referendo vão ouvir sem duvida q foi uma vitoria para o partido A e B e derrota para o C e D, em vez de "consciência" da sociedade.

Talvez sejam ideias muito soltas, talvez não esteja suficientemente informado ou com demasiadas duvidas para poder dizer Sim.. até lá os meus valores dizem q Não e é por aí que sigo.

Ficam bem, e q o debate continue ;)

Anonymous said...

Pois bem, de facto o teu texto dá mesmo muito para argumentar (parafraseando o miguel), no entanto, não o vou fazer, concordo com varios pontos aqui colocados a favor do aborto, e analiso os outros contra... se pudesse ir a portugal votar, votaria SIM, se bem que ha algo que aqui vou deixar no ar, pk acho interessante tb pensarmos/analisarmos vendo outras partes: de acordo com a médica Jerónima Teixeira, “A partir das cinco semanas há sensibilidade ao toque e fortes possibilidades de o feto sentir dor”. A comunidade cientifica afirma que às 22 semanas o feto sente dor. É agr defendido por esta médica,cuja tese de doutoramento teve como base a dor fetal, de que às 10 semanas o feto quando sujeito à dor reage tal e qual como um ser humano, como nao existe métodos objectivos e únicos para quantificar a dor, ficamo-nos pelas alterações fisiologicas, que são verificadas no feto. No fim do seu artigo afirma que só testou em fetos entre 12 e 16 semanas, mas diz veemente que a dor se sente muito antes... Será verdade mesmo???? Quem quiser ver em pormenor : http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=230125&idselect=90&idCanal=90&p=200

mfranco said...

Para adicionar alguma info sobre essa investigação das 5 semanas!!!


Investigadora do 'não' faz manipulação grosseira de dados
O movimento Médicos Pela Escolha denunciou em comunicado a falta de honestidade científica da investigadora Jerónima Teixeira - que ontem participou do lado do 'não' no programa "Prós e Contras" da RTP1 - ao sugerir que o feto sente dor antes das dez semanas de gestação. "Qualquer credibilidade científica que pudesse ser reconhecida a esta investigadora é obviamente maculada pela forma manipulatória como Jerónima Teixeira apresentou a sua argumentação, ao reconhecer ela mesma que 'a sensação de dor no feto só está provada a partir das 22 semanas'", afirma o comunicado.

Comunicado de imprensa: Honestidade científica: uns têm, outros não!

O movimento MÉDICOS PELA ESCOLHA vem por esta via reagir peremptoriamente às declarações - ontem proferidas no programa da RTP Prós e Contras e hoje publicadas em alguns jornais - de Jerónima Teixeira, investigadora portuguesa na Inglaterra, sugerindo que um feto sentiria dor antes das dez semanas de gestação.

Qualquer credibilidade científica que pudesse ser reconhecida a esta investigadora é obviamente maculada pela forma manipulatória como Jerónima Teixeira apresentou a sua argumentação, ao reconhecer ela mesma que "a sensação de dor no feto só está provada a partir das 22 semanas".

A primeira condição para se ser cientista é estar pronto a admitir o erro, que normalmente se apura através da avaliação dos pares: no caso, é fácil verificar que não há consenso nenhum na comunidade científica de que um feto nas primeiras dez semanas sinta dor.

Todas as considerações feitas por Jerónima Teixeira sugerindo que o mesmo fenómeno poderá ser estabelecido antes das 10 semanas de gestação conformam mera especulação politicamente orientada e naturalmente incompatível e descredibilizadora de qualquer discurso científico sobre a matéria.

O que Jerónima Teixeira esconde, na realidade, ao dizer que às 10 semanas de gestação um feto tem já em desenvolvimento os "receptores de dor" é que nesta fase, apesar do feto ter os referidos receptores, ESTABELECIDAMENTE NÃO TEM OS MECANISMOS que lhe permitam a PERCEPÇÃO DE QUALQUER DOR, nomeadamente as ligações cerebrais necessárias para tal sensibilidade, como foi aliás bastante comprovado, sem qualquer contestação, no recente congresso da Ordem dos Médicos sobre o início da vida.

O movimento Médicos Pela Escolha lamenta, portanto, esta manipulação grosseira de dados científicos que na verdade constituem uma completa fraude destinada a confundir a opinião pública e descentrar o debate da verdadeira questão colocada no referendo: a despenalização para o fim do sofrimento causado pelo aborto clandestino.

OU NÃO SENTIRÃO DOR AS MULHERES FALECIDAS POR ABORTO CLANDESTINO OU OS MILHARES DAQUELAS QUE SOFREM TODAS AS COMPLICAÇÕES DE SAÚDE QUE SE CONHECEM DERIVADAS DO ABORTO CLANDESTINO?

Anonymous said...

Bem, a Joana e' q me mostrou este blog e pediu para comentar, por isso...
Eu sou contra o Aborto em si. Como e' normal, o estado tem o direito de decidir por nos em todos os assuntos q se revelem de interesse geral, ou nao vivessemos numa Republica Demcratica e Constitucional, onde, para bem e para mal, existem Leis.
Acontece q em Portugal, imensas entidades divulgam numeros sobre o Aborto clandestino. Acontece q todas eles variam entre si, mas todos andam por volta dos 20.000 casos por ano. Portanto, se formos 'a procura de mulheres q tenham sido julgadas e estejam presas por ter abortado clandestinamente, com estes numeros, seria de pensar q era algo facil, mas o que realmente acontece e' que nao existe nenhuma, (ate' porque a pena so' e' ate' 3 anos o que leva sempre para uma pena suspensa) o que nos revela um facto surpreendente! A LEI NAO FUNCIONA... Mas ate' ai' ja todos tinham chegado! E a razão de haver mais uma vez um Referendo sobre o assunto e' exactamente essa. E' necessaria uma mudança!

O nosso Governo propoe.nos uma pergunta na qual e' perguntado mais ou menos: "concorda com a despenelização do aborto, por opçao da mulher, ate' 'as 10 semanas, em estabelecimento de saude devidamente autorizado?" A partir daqui nos podemos reflectir! Queremos que as mulheres sejam julgadas? NAO! Mas porque e' que nao sao julgadas? E e' aqui que esta o cerne da questao! O que a pergunta nos realmente oferece, e' uma total liberalizaçao do acto abortivo ate' as 10 semanas!
Provavelmente, ninguem e verdadeiramente a favor do aborto.

E', ou devia ser sempre um ultimo recurso. Mas que opçoes tem uma rapariga de 14 anos de idade, gravida, sem casa (porque foi expulsa pelos pais perante a situaçao adversa) e sem apoio?? (porque depois dos pais, tambem o namorado a abandonou) Que opçoes e' que a nossa sociedade e o nosso Governo da' a todas estas pessoas? NADA! Agora imaginem todas as mulheres com poucos recursos que recorriam aos Centros de Saude para obter meteodos contraceptivos gratuitos, a serem recebidas com respostas negativas pelos assistentes: "lamentamos imenso, mas ja nao temos pilulas nem preservativos gratis!". Isto vai acontecer porque o nosso governo cortou as verbas para a compra destes bens, neste Orçamento de Estado para 2007. Agora, essas mulheres que de repente ja nao têm pilula para tomar, vao engravidar, nao e'? E depois? A resposta que o nosso governo esta a dar e' o Aborto! Ate' porque este vai ser comparticipado pelo Estado em alguns casos ate 100%!

E aqi entra outra problematica. A nossa Constituiçao preve que o estado forneça gratuitamente cuidados medicos minimos a todos os cidadaos que o necessitarem ou requerirem, agora, se pensarmos bem, uma mulher gravida nao necessita desses cuidados, ou um bebe e' uma doença? E que hao de dizer os doentes cronicos que vêm a comparticipaçao para os seus medicamentos serem.lhes retirada gradualmente, e que sem esses medicamentos, nao sobrevivem?

Outro dos argumentos e' o preço do acto abortivo. E' verdade que existem pessoas, que ganham balurdios por fazerem abortos clandestinos. Mas acontece, que se recorrermos 'a nossa visinha Espanha para abortar somos melhor servidos e por preços muito mais baratos. Portanto o argumento que "coitadas das pobrezinhas, que fazem abortos em vaos de escada porque nao podem ir a Espanha" e' errada! Em Espanha e' mais barato, e com melhores condiçoes e ainda com acompanhamento psicologico!

Existe tambem a duvida acerca das 1' semanas! Nos sabemos e esta cienctificamente provado, que o coraçao começa a bater a partir dos 20 dias, e que os orgaos e o sistema nervoso começa a ser criado a partir das 8 semanas. Entao qual e' o argumento que nos dao para que sejam 10 e nao 12 ou 5 semanas?
Nenhum, e' apenas uma delimitaçao pensada tendo em vista o nivel de conservatorismo da nossa populaçao.
Ou seja, em Inglaterra o prazo e algumas semanas maior, penso que ate as 16 semanas, assim como noutros paises. Entao, em que e que ficamos?

Eu pessoalmente nao condeno mulher alguma por recorrer a metodos abortivos, mas o que nao concordo e' que a mudança seja nestes contornos. Ha muito trabalho a fazer antes da concepçao, nao so a nivel economico mas tambem psicologico. Se todas a mulheres que pensam em abortar recorressem a um psiquiatra antes de o fazerem, poderiam ter o apoio que lhes falta, estando sempre prevalecido o sigilo profissional.

Mas ao menos este referendo trouxe uma coisa boa ao pais.. A discussao, a troca de opinioes, pelo menos, ficamos um bocado mais informados, e menos obtusos. Porque e' a partir daqui que mostramos o nosso verdadeiro desenvolvimento, nao liberalizando o aborto ou consumo de drogas!

Anonymous said...

E para o Miguel, e' normal que os Medicos pelo Sim, tentem desacreditar esse estudo cientifico, ate' pq e' no facto de as crianças nao sentirem dor que eles se baseiam. Portanto, eu penso que e' contraproducente dizer que tudo o que nos e' adverso e' mentira. Ate' pq eles como medicos tb devem admitir que erram. Por isso ve tambem opinioes de outros medicos que nao esses, por Exemplo o Dr. Gentil Martins.

Anonymous said...

E Miguel, desculpa la que n tinha lido com atençao...
Por exemplo, uma pessoa que sofre pressoes e agressoes diarias durante anos, e ao fim desse tempo todo de humilhaçao e maus tratos, ela decide pegar numa faca e matar o agressor de tantos anos. Essa pessoa e' victima ou culpada? Agora imagina que mudam a lei, a pessoas mentem em relaçao a toda essa provaçao, e sao libertadas.
A lei tem de prever todas as situaçoes e deve ser intransigente. Qer tu qeiras qer nao, nos vivemos em Democracia, provavelmente uma Anarquia seria muito melhor... mas e' o que temos!

mfranco said...

Frederico, gostei muito de ler os teus comments, alias de facto, adorei, porque ainda não tinha lido o blog do Marcelo, e assim consegui ler tudo o que ele diz, escrito por ti, é sempre bem... vou começar a responder aos posts pequenes que são bem mais faceis, o grande fica para amanha, porque quero organizar isso melhor.

QUanto ao "estudo" feito pela cientista portuguesa que dizia que um feto as 5 semanas tem dores, bem, os médicos pela escolha já disseram muito, mas, eu vou adicionar alguma info que encontrei pela net, pra começar a revista onde ela publicou, não publicou nenhum estudo ou artigo cientifico dela, alias, não publica artigos cientificos é um revista generalista de ciencia, é a science et vie, foi apenas publicado uma carta ao director escrita por ela, sobre um estudo que ela fazia em Londres... não foi publicado mais nada, e nunca em revistas da especialidade...

quanto à validade do estudo, foi recusado na revisão por pares cientistas por 2 razoes:
1- a amostra não serve a tese, não sei porquê porque não consegui encontrar a explicação disto, talvez so lendo o estudo dela

2- as conclusoes que ela tira para as semanas 6 a 10 da gravidez, não podem servir, isto porque só trabalhou com fetos de 16 a 32 semanas, logo ela inventou resultados...

este estudo e as conclusoes que tira cientificamente valem zero, e ela defende-se dizendo que os fetos "mostravam evidencias" de dor, mas caro amigo, evidencia no dicionario é sinonimo de prova, e ela não conseguiu fazer nada disso.

mas neste debate a ciencia nem deve ser muito usada, porque a questão não é essa mesmo, é uma questão de sociedade e até pessoal também, nem o sim nem o não devem usar a ciencia como argumento, ou as religioes ou isso tudo, porque isso deve ficar no pensamento de cada mulher e de cada homem que domingo fará também a sua escolhaj

mfranco said...

Frederico, em relaçao ao teu ultimo post, bem, é claro que a estrategia é confundir conceitos, mas pronto, tasse bem, pah, por eu ser favoravel ao direito de escolha, nao sou a favor dos roubos, dos assassinatos, etc. em relação ao teu caso que nada tem a haver com a discussao do sim ou do não, pah, a mulher é vitima de um crime e culpada de outro, agora o juiz que decida, ela é vitima de maus tratos, fisicos e psicologicos, um crime publico que é o de violencia domestica, se assassinar o marido, ha outro crime, que passa a ser culpada, a não ser que prove legitima defesa...

mas na discussao deste domingo, isto n interessapara nada, e em relação à democracia, eu não entro nessa discussao assim, pk acredito em diferentes modelos de democracia, até porque esta sociedade não é verdadeiramente democratica, mas so formalmente... just think about it